Fico sempre sem saber se o reconhecimento de direitos tão básicos da mulher como profissional da advocacia deve ser comemorado, ou se devemos ficar pesarosas pelo fato de ser necessário em nossos tempos falar-se exaustivamente ainda no tema. Tal reflexão permeia minha atividade na advocacia criminal todos os dias.
Digo isso pois, em quase 20 anos de militância já presenciei muitos absurdos sendo praticados com colegas advogadas, assim como também já ouvi toda sorte de estórias de alunas e ex alunas sobre os reveses que passaram no cotidiano da profissão, não pelo fato de serem profissionais do direito, mas sim por serem mulheres!
Não se pode mais aceitar independentemente do sexo, que uma colega advogada seja humilhada ou aviltada em suas prerrogativas e nada seja feito efetivamente. Como órgão de classe e pessoas com um nível mínimo exigido de cultura, devemos nos sentir sempre na obrigação de defender de pronto todas as violações impingidas ao exercício de nossa sagrada profissão. Calar-se diante de uma afronta de qualquer magnitude significa reforçar o padrão de estereótipos vergastado, mas ainda vigente, onde mulheres são consideradas seres de segunda classe e como tal não merecem o devido respeito, neste caso profissional. Fortalecer as prerrogativas é fortalecer a classe.
Defender os direitos das mulheres em suas mais diversas faces é mister de todos na busca de uma sociedade igualitária. E não venham me acusar de feminista, pois pra mim isso soa elogio…. toda pessoa inteligente busca igualdade, ponto e basta!